sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Bailarina

Escrevi esse texto ouvindo "Bandolins" de Oswaldo Montenegro e pensando numa pessoal que é muito especial pra mim. Então, aí esta, pra minha bailarina favorita:

O que você faz quando acorda, bailarina? Abre os olhos e espera que o dia de hoje seja melhor que o de ontem? Olha pro teto branco do seu quarto desejando que sua memória da noite anterior ou até das últimas semanas fique da mesma cor? Ou será que você se levanta e enfrenta o dia como uma brava guerreira? Qualquer ser sensato faria o último. Qualquer um com consciência do que significa sofrer escolheria essa opção. É o mais certo a se fazer.
Mas você não. Você, bailarina, é do tipo que sente medo quando surgem viradas em sua vida. Você é do tipo que se desespera quando tem uma decisão importante a tomar e ainda não sabe que caminho escolher. Você é daquelas que chora à noite, sozinha no quarto, orando pra que Deus transforme suas lágrimas em sono e que tudo tenha passado quando você acordar. Você é daquelas que descobre, da pior maneira, que lagrimas não viram sono e se entrega à insônia tentando matar tempo na internet. Procura coisas das quais você nem mesmo quer saber, só pra ver se entediam a ponto de te deixarem nos braços de Morpheus.
A esperança de conseguir dormir e esquecer tudo te leva ao ponto de ler textos bobos e historias simples, só pra se distrair. O medo ter que encarar a realidade escala a sua espinha como um titã rumo ao Olimpo. As idéias, pensamentos e conjecturas sobre os problemas da vida rodam em sua mente como em um turbilhão de sentimentos, do qual você só quer sair, mas toda vez que chega à borda é arrastada de volta. Você não consegue se livrar da sensação de que tudo da errado, que todos estavam certos sobre você.
As lagrimas que permeiam seu lindo rosto, os soluços que, por mais abafados que um travesseiro possa, ainda escapam vez ou outra, fazendo-a temer que alguém na casa acorde. As noites insones, a falta de esperança e o tormento. A tristeza que se abate quando acorda e a alegria quando o sono chega. Tudo isso serve pra mostrar uma coisa bailarina. Os que choram, são os covardes. Os que se escondem, são os medrosos. Os que sentem medo são os fracos. Você, bailarina, reuni todas essas circunstâncias. Você chora, se esconde, sente medo, mas ainda assim enfrenta o dia. Você, por mais debilitada, amedrontada que esteja se levante e enfrenta o mundo, a vida e os problemas como uma guerreira. Se te acham covarde por chorar escondida à noite então eu queria ter essa covardia sua. Eu queria poder demonstrar o que sinto ao invés de simplesmente mandar o coração calar a boca. Queria saber chorar pelos meus problemas e não simplesmente tentar esquecê-los. Você, bailarina, é a mais brava das guerreiras. A mais corajosa das lutadoras. A mais bela das amazonas.
E quando você achar que ninguém mais se importa você magoa esse pobre escritor. Não sou poeta nem sou guerreiro. Não sou cavaleiro e nem galante. Mas tenho um coração e sei o que ele diz quando te vê chorar, bailarina. Você nunca esta sozinha. Deus enxuga as suas lagrimas e te consola. Oro pra que Ele me use pra isso. Sou seu ombro amigo, seu ouvido paciente, seu palhaço para as horas tristes e o amigo para as horas alegres.
Eu sempre estou aqui, bailarina. Sempre. Espero poder te ajudar, pois você, bailarina, já me ajuda simplesmente por existir.
Por: Jôder Filho

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